Archive of images and texts for personal use
Great companions, sun and shadows, photography by São Ludovino.
Me, walking along the stream, photography by Luzia, my daughter.
Touching the untouchable, photography by São Ludovino.
Reflections VII, photography by São Ludovino.
One of the infinite points of view... from Here, photography by São Ludovino.
Awakening, photography by São Ludovino.
Concentration... back inside, photography by São Ludovino.
Reflections VI - Me, photography by São Ludovino.
Reflections I - Me, photography by São Ludovino.
Walking on the water - Luzia, my daughter, photography by São Ludovino.
Flying III - Me, photography by Luzia, my daughter.
Flying II - Me, photography by Luzia, my daughter.
Flying I - Me, photography by Luzia, my daughter.
On this side of light, photography by São Ludovino.
Asleep... but still dreaming - Photography by São Ludovino.
I can see... only you... and yet I see beyond - Me, photography by Luzia, my daughter.
My dreams landed... for instants, photography by São Ludovino.
Unconsciously existing, photography by São Ludovino.
Freedom - Me, photography by Luzia, my daughter, 15-8-2011.
The Gift of Making Time Stop - Me, photography by Luzia, my daughter, 15-8-2011.
See You Always - Me, photography by Luzia, my daughter, 22-8-2009.
Luminescence, photography by Suy / São Ludovino.
The Nest of the Sun, photography by Suy / São Ludovino.
Chiaroscuro, photography by Suy / São Ludovino.
Pyramid I, photography by Suy / São Ludovino, 2011.
Pyramid II, photography by Suy / São Ludovino, 2011.
Can you find the Moon I?, photography by Suy / São Ludovino, 2011.
The Herd, photography by Suy / São Ludovino.
Não sei ser triste a valer
Não sei ser triste a valer
Nem ser alegre deveras.
Acreditem: não sei ser.
Serão as almas sinceras
Ah, ante a ficção da alma
E a mentira da emoção,
Com que prazer me dá calma
Ver uma flor sem razão
Florir sem ter coração!
Mas enfim não há diferença.
Se a flor flore sem querer,
Sem querer a gente pensa.
O que nela é florescer
Em nós é ter consciência.
Depois, a nós como a ela,
Quando o Fado a faz passar,
Surgem as patas dos deuses
E a ambos nos vêm calcar.
Está bem, enquanto não vêm
Vamos florir ou pensar.
3-4-1931
(Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990). - 41.
IX - Sou um guardador de rebanhos.
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
s.d.
“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
- 39. “O Guardador de Rebanhos”. 1ª publ. in Athena, nº 4. Lisboa: Jan. 1925.
- 39. “O Guardador de Rebanhos”. 1ª publ. in Athena, nº 4. Lisboa: Jan. 1925.
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